segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A 3.ª idade e a problemática da bacia

Nada como sermos apanhados, em plena viagem de negócios, como único passageiro que não viaja com descontos do INATEL.

Enquanto abordávamos o destino, uma das senhoras de idade, suponho que a líder do grupo, ficou desvairada quando o Comandante, anunciou o destino:

- Meniiiinas! Vamos passa por ceima da Lagoa, kreidas!

Eis que o alvoroço de muletas e arrastadeiras, começa a ouvir-se, para se inclinarem (dentro do possível) pelas janelas do avião. A hospedeira de bordo, aflita, tenta acalmar a malta da excursão, mas em vão. O ânimo estava instalado.

Tentei dizer à «líder», que o comandante passa aquela mensagem, não pela vista que se vai ver, mas sim porque a ilha é conhecida pela lagoa.

A velha é teimosa, e eis que me começa a dar os nervos!

- Ê ouvi! Vamos passa por ceima da lagoa, kreide!

- Não vai nada, só vamos ver uma parte do lado sul, e a lagoa é no meio, minha senhora (caralho de velha, queria eu dizer!)…..

Faz aquele ar de indiferença, e continua a manter o alvoroço da excursão. Pudera, não era ela que tinha uma muleta espetada no dedo mindinho, e 3 kg de naflatalina em cima, por causa de se esticarem para a janela!!!! A ela não lhe doía, porque os calos dos chanatos, já formaram uma camada protectora!

Nisto, começa a aproximação ao destino, e é uma enxurrada de trocas do que se via realmente, e o que a porra da velha pensava ver:

- Hey!! Vejem meniiiinas, é o ilhé de Sã Roque….. (devo dizer que não era);

- Olha! Agora vê-se as capélasss! (também não)….

E heis, que me habituei a ter duas velhas empoleiradas em cima, com tantos anos quantos quilos (mas menos centímetros), e começo a pensar, como será possível que depois de viverem num sítio tão pequeno, durante os últimos 128 anos, não saibam identificar o que estão a ver.

E aqui sim, começa a verdadeira problemática.

É que estas «kreidas», viveram 89,3 % do seu tempo, ou em casa, ou no passeio em frente à porta, sentadas numa caixa de fruta virada ao contrário, a fazer croché (com um lenço na cabeça por causa do sol), ou a ver a procissão (sentada com três dias de antecedência para guardar lugar). A única coisa que provavelmente sabem reconhecer, são os cortinados da sala da vizinha, que já mudaram três vezes de cor, e continuam feios e com as bainhas mal feitas.

Mais aflitivo, é que se tivessem agenda, os únicos registos, eram das análises de diagnóstico médico que tinham que fazer (chegar às 05:12 h, para ser a primeira às 09:00h, para depois ir para casa sentar-se na caixa de fruta), ou consulta no «senhô doto dos oíes», e pedir receitas, que já só tenho para mais dois anos.

Isto da 3.ª idade, refira-se que não é para todos. Nem todos conseguimos que a genética nos dê o benefício de ter mais anos de reforma que de trabalho. Portanto, em muitos casos, chegar ao cartão «Gold» do INATEL, é um privilégio raro.

Quanto à problemática da bacia, os alcatifeiros perguntam-se (e com alguma/nenhuma razão), onde está ela?

Bom, a questão, fundamentalmente, tem a ver com o facto de que bacia, e muitos anos juntos na mesma pessoa, tem tendência a não se darem bem.

Não sei porquê, mas um estudo realizado na Guiné Francesa, revelou que 75,8% das queixas em pessoas com mais de 98 anos, são fundamentalmente:

1.º lugar: Não posso andar nos transportes, porque o caixão não tem rodas;

2.º lugar: Dores na bacia.

Resumindo, a bacia (vulgo, parte da anatomia humana, entre a parte de cima e a de baixo), tem um lugar fundamental, nas queixas de quem chega a certos níveis de longevidade.

Associado, existe a problemática, de todas as tarefas diárias, a saber: O vestir, o cagar, o mijar (se for sentado, se bem que de pé com a próstata a meio gás não é melhor), apertar os atacadores, recolher objectos do chão, e/ou dançar o rumba.

Assim sendo, enquanto um individuo com idade avançada, se concentra nas dores lancinantes dos ossos da bacia a ranger, e o equilíbrio dos óculos fotogray de massa castanha, toda a problemática é exponenciada.

Pensemos todos nisto…..

O retorno do siamês pródigo

Antes de mais, um saudoso bem haja aos milhares (quiçá dois ou três) alcatifadeiros que nos seguem de forma atenta e sôfrega.
Volto, por saudade, mas também pelo forte chamamento que me tem acompanhado, enquanto limpo o cerro das unhas, com a minha navalhinha de descascar laranjas.
Essa mesma navalhinha, em cabo de madeira pintada com a figura de Nossa Senhora de Santo Pito dos Assobios, acompanha-me desde os tempos em que rematava as juntas das alcatifas. Com os anos, foi encardindo com o ácido da laranja, e com o cerro das unhas, mas continua fiel e útil, durante os tempos mortos.
Este registo de retorno à actividade de caluniar as banalidades, é por hoje breve, mas prometo que voltarei, com a melancolia (leia-se cólica de melão) dos velhos tempos.
Beijinhos e abraços…. E um até muito breve.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Putta Hut

- Putta Hut boa noite. Em que posso ser útil?
- Boa noite. Eu queria encomendar puttas se faz favor...
- Estou a falar com o Sr. Secundino Alfredo Matias Freire, Rua do Campo da Bola, n.º 12, Castelinhos de Segadães?
- Exactamente.
- E qual vai ser o seu pedido, por favor?
- Eh... Olhe, quero uma putta média, americana, massa fina.
- Ora... uma americana, média de massa fina. Vai desejar acompanhamento, bebidas?
- Não. Por dois euros e meio posso pedir uma X-mame, não é?
- Sim, mas esta semana temos uma nova promoção: uma Putta CCM, média, com bordas recheadas por apenas cinco euros.
- O que é CCM?
- É Cona, Cu e Mamas com as bordas do pito recheadas com queijo.
- Eh pá! Então mas isso não cheira mal que tolhe?!
- Sim, mas depois de se habituar ao cheiro, não vai querer outra coisa.
- ...
- Posso confirmar a CCM?
- ... Não. Quero a X-mame mas com botão de rosa extra.
- A americana não inclui botões de rosa. Posso sugerir chuva dourada por 1 euro e meio?
- Porra! Dô-ma-libre! Olhe, mande mas é a americana com extra pantelhos.
- Dos joelhos até ao umbigo?
- Sim.
- É tudo?
- Sim.
- Portanto: uma america, média, de massa fina e uma X-mame, média também de massa fina, com extra pantelhos dos joelhos até ao umbigo.
- Exacto.
- Isto faz um total de 17 euros e 45 cêntimos. Vai necessitar de troco?
- Sim, troco de 20 por favor.
- Obrigado. O seu pedido vai ser entregue daqui a 30 minutos. Obrigado e boa n...
- Espere!
- Sim?
- Da última vez que pedi, a putta foi entregue com o período... Foi uma javardice que só visto!
- Pedimos imensa desculpa pelo sucedido. Iremos colocar uma observação neste pedido para que a loja tenha especial cuidado.
- Ah! Óptimo!
- O seu pedido vai ser entregue daqui a 30 minutos. Obrigado e boa noite.
- Boa noite. Obrigado.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Tuitar" e "Feicebucar" em Inglês é gay! (naõ é que tenha algum mal ser gay)

...gay! Paneleiro! Gay sou eu que escrevi paneleiro em Inglês... está tudo fodido!
Quando será que acaba esta moda de achar que divulgar os vossos pensamentos em Inglês é chique? Já divulgar os vossos pensamentos é rabiço o suficiente para não ser aceite para recruta da Polícia Judiciária. Agora divulgar os vossos pensamentos... EM INGLÊS?! Por favor!
Agora a sério. Porquê em Inglês? - "Porque tenho seguidores que só percebem Inglês." E os teus seguidores que só falam Português?! Ficam a olhar para aquela merda a pensar que não valem nada e que tu é que és o maior! Os paneleiros dos "camones" que traduzam no Google a merda dos 140 caracteres! Eles só seguem gajos portugueses porque: 1 - são paneleiros; 2 - são ligeiramente efeminados.
Porquê em Inglês? - "Porque assim as minhas mensagens aparecem nas pesquisas". Era bom que as mensagens aparecessem nas pesquisas em Português feitas por outros gajos portugueses, pois a maioria das mensagens só tem relevância regional! Qual é o "camone" que quer saber que as pessoas do Porto se comportam como javardos no metro e nos autocarros? Qual é o "camone" que quer saber que está a chover em Colo de Pito e tu estás muito triste por não poder sair de casa? Qual é o "camone" que quer saber o que achaste do último episódio do Lost? Tudo isto em INGLÊS! As vossas mensagens só têm relevância e possível interesse para gajos Portugueses como vocês! Mais: exprimir pensamentos e ideias em Inglês é o mesmo que ver filmes Ingleses dobrados em Português! O melhor fica perdido na tradução.
A sério: deixem-se dessa merda de "tuitar" e "feicebucar" em Inglês que vão ver que até os paneleiros dos vossos amigos "camones" vão começar a apreciar mais.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cagar na empresa...

Caros amigos, após alguns anos de ausência, eis-me de volta. Este meu regresso repentino, e sem aviso, deve-se a um facto que me anda a assolar desde que comecei a trabalhar na empresa onde trabalho agora.
É uma empresa internacional, o ambiente é semi-formal, fala-se Francês nos corredores, algum Inglês e algumas outras línguas, entre o Português, é claro. Um "Bonjour!" aqui, um "Ça vá?" ali, "Good Morning" acolá, uns mais sofisticados "Priviet" e os óbvios "Bom Dia" e "Boa Tarde" são as palavras trocadas durante todo o dia entre as mesmas pessoas do departamento. Enfim... a paneleirice do costume! Agora vocês pensam, e bem: "Onde é que tu queres chegar?". Bem, já vão perceber.
Para além dos gabinetes onde as pessoas trabalham, e onde passamos o dia a ver a mesma cara à nossa frente, e a conversar sobre coisas sérias, existe também a casa de banho que serve todo o departamento. Na maioria dos escritórios que conheço, as casas de banho são do tipo individual. Um gajo entra, fecha a porta à chave e lá dentro tem o seu lavatório, o seu urinol, se for dedicada apenas a homens, a sua cagadeira e, nas empresas mais modernaças, o seu bidé para lavar os “cudelhos”. Depois de fechado lá dentro um gajo pode fazer as badalhoquices que quiser à vontade, desde que lave as mãos no final e se certifique que não leva papel higiénico agarrado aos sapatos antes de sair. Ou seja, se estivermos naqueles dias em que os cocós só querem sair com um estrondoso peido a ajudar, estamos à vontade, pois não estará lá a D.ª Amélia secretária a ouvir. Se quisermos mijar a cantar, ou a assobiar, estamos à vontade, pois o Amílcar da sala de desenho não está a mijar no urinol mesmo ali ao lado e a ouvir o espetáculo. Se num dia de diarreia aguda, a pintura à pistola ecoa nas paredes de azulejo, problema nosso, não estará lá o Sr. Dupond da topografia a lavar as mãos enquanto aprecia o som da liquidez da nossa diarreia.
O inverso também é verdade: se o Sr. Dupond se desfizer em merda, só precisará de um pouco mais de papel higiénico para limpar as bordas do cú, de resto, não estaremos lá ao lado a apreciar a pintura.
Acontece que aqui na empresa, e em todo o 5º piso, existe 1 casa de banho de homens e 1 casa de banho de senhoras. As duas estão lado a lado e as portas estão sempre abertas. Mais, a casa de banho dos homens, tem dois urinóis, dois lavatórios e duas cabines para cagar. Só que as tais cabines são como nos WC’s dos centros comerciais: a porta está arregaçada 30 centímetros do chão e o tecto não existe e uma das cabines tem uma janela enorme com vista para o edifício em frente, também ele de escritórios.
Só que nos centros comerciais, tudo bem! O gajo que está na cabine do lado a ouvir, ou a lavar as mãos, não o conhecemos de lado nenhum! Mas na empresa toda a gente se conhece naquela base de cordialidade semi-falsa que todos bem conhecemos. E é aqui que reside o cerne da questão:

Quais as consequências sociais deste tipo de decisões arquitectónicas?

Pois são gravíssimas! Porque, se eu tento manter o meu “low profile” sempre que a natureza me impele a cagar na empresa, o mesmo não acontece com certas e determinadas pessoas do departamento.
Sempre que estou comodamente sentado na cagadeira, devidamente forrada a papel higiénico, (alcatifada portanto) e sinto que alguém entrou para dar uma mija, reduzo os meus ruídos cagativos ao mínimo. É que o silêncio na casa de banho, é profundo suficiente para se ouvir os pantelhos do gajo a roçar nas calças enquanto saca a pila para mijar. A partir daí deixo de puxar os cócós com a mesma firmeza, com medo que a outra pessoa me ouça a puxá-los (aos cocós portanto) – “Hmffff...Hmffffff...” – ou que pelos interstícios do cagalhoto, saia um peidito repenicado – “prrrrrrrrrrriiiiiii…”. E, se já estiver na altura de limpar o rebordedo, aguardo que a pessoa saia para que não ouça a aspereza do papel a roçar os meus suaves “cudelhos”. Isto é, realmente, muito-extremamente-desagradável, caralho! Mas ainda mais frequente é acontecer o contrário. Entro na casa de banho para ir dar uma mijinha rápida e deparo-me com o belo cenário de ver as duas cabines ocupadas.
(Ah! Não referi o pormenor que, quem está de fora, vê por baixo da porta as sombras das cabeças dos cagões. Um dia destes, descobri o perfil do meu chefe, sentadinho, pronto para a sua habitual cagadela depois de almoço).
E o que mais me espanta é que a maioria dos cagões do meu departamento não sofre de, digamos… vergonha! Portanto: Lá estou eu a mijar. Os gajos já deram conta, pois ouve-se perfeitamente os meus passos quando chego. Ouve-se o som do desabotoar da minha braguilha. Começa a ouvir-se o som do mijo a bater nas paredes do urinol e, ouve-se da cabine – “Hmmmfffff…..Prrrrááááá… Hmffffff…” – foda-se! Abotoo as calças, viro-me para ir lavar as mãos e – “Chlep” – mergulha o cagalhão do meu chefe. Será que molhou o cú? Viro-me para o secador de mãos, na esperança de que o barulho vá abafar qualquer outro som que saia da cabine e… o gajo da cabine do lado desfaz-se em merda de tal maneira que quase se ouve no piso inteiro. Ar e líquido por todo o lado – “Fffffffff…brlhhhhhhh…chlep…chlep…brlhhhhh…chlep….ffffffff…”. “Quem será?” – penso eu – “Não consigo ver o perfil na sombra que está no chão. Menos-mal. Assim não fico a pensar nisto.” Mas não é que o gajo limpa o cú, sai da cagadeira ainda a tempo de me apanhar a acabar de secar as mãos, diz boa tarde e pergunta-me se o meu projecto está a correr bem?! Era o senhor espanhol que não sei bem o que faz aqui no departamento, mas que agora também já não quero saber, caralho!
Então eu tenho a delicadeza de parar de puxar os cocós para não me peidar à frente das pessoas e estes caralhos cagam, literalmente, ao meu lado e ainda tentam meter conversa de coisas sérias! Foda-se! Reparem bem, para um cego é como se não houvesse diferença! Será que se tivéssemos algum colega cego, estas pessoas se comportavam da mesma maneira?E isto acontece todos os dias. Quer dizer, nem todos os dias um gajo sai de lá com riso de quem fez muito cocó, e tenta meter conversa de coisas sérias. Mas, todos os dias, vou mijar e encontro um ou dois gajos lá sentados a peidarem-se como se não houvesse amanhã. E a fazerem “Hmffff…Hmfff…”. E “Chlep…”. E “Prráááá…”. Roncolhos do caralho!

quinta-feira, 26 de agosto de 2004

Casa de Putas Snack-Bar

Se eu um dia abrir uma casa de putas, já pensei na decoração. Ia ser qualquer coisa baseada no tradicional café "snack bar" de esquina português. As primeiras coisas que imaginei, são aquelas mensagen a anunciar as especialidades da casa, escritas em papel de mesa, com quadradinhos em relevo, com um marcador azul. Por exemplo:

Há botões de rosa

Há caracóis romenos

Prá Moela 15€

Broches só ao balcão

Há coninhas em vinha d'alhos


Haveria também aquelas plaquinhas de madeira com ditos populares gravados a fogo. Logo ao lado do tradicional "Queres fiado...toma", estaria um clássico:

O amor é uma cobiça,

Entra pelos olhos e sai pela piça.

,in Piadas Ocasioais, Piça d'Ar, 1948

As lâmpadas mata moscas roxas não podiam faltar. Uma ventoínha de tecto em plástico, já meia amarelada do fumo do tabaco, rodaria lentamente só para fazer correr uma brisa.

Estou mesmo a ver um velhote a estacionar a APE50 à porta, entrar, aproximar-se do balcão já com a pichota a meio gás, e a dar duas pancadas secas com a mão no tampo do balcão (in Piadas Ocasionais, Piça d'Ar, 1948), aponta para a pichota com a cabeça enquanto esboça um esgar paternalista, como quem diz: "Vamos. Oupa." E lá vem a Gina Gorda fazer-lhe um bico. Quando ela acaba o serviço ele: TAU-TAU! Mais duas pancadas no balcão. Outra dose. E ela, tau! Outro bico. E ele limpa a pila num gurdanapo daqueles que parecem papel vegetal, paga o valor certinho e vai-se embora sem dizer uma única palavra.

Que rico negócio! Era só fazer dinheiro.


quarta-feira, 21 de julho de 2004

Obesidade mórbida...

Noutro dia vi um programa de televisão sobre uma mulher, quer dizer, um homem que deu de comer à mulher até ela pesar cerca de 400 Kg. Ou seja, tanto como uma vaca! Lembro-me de ver o marido: um tipo aí com o seu metro e meio de altura e 55 Kg de peso, óculos "fotogrey", camisa branca com listas finas verticais azuis, maço de Marlboro no bolso da camisa,  empoleirado em cima de uma dos vários refegos de gordura necrosada que constituem aquele monstro almiscarado, munido de uma esponja e um balde e, com o braço enterrado debaixo de um dos sovacos, enquanto procedia ao banho semanal do tal animal mamífero. Nisto, como podem imaginar, surge-me todo um mundo novo de ideias à cabeça. 
Primeiro, o que é que tem que se comer para atingir aquele peso?! Qual é a ração que o marido "le bota na gamela"? Sim, porque a vaca não come num prato como nós, come mesmo na gamela. Ah, e mais! Imagino que o marido tenha como patrocinador o dentista lá da terra, porque para moer o que a mula mói por dia é preciso mudar os calços (dentes) todos os meses, e isso custa dinheiro. Quem fala de comer, fala de cagar...A puta tem que cagar na banheira! Ah! E toda a mecânica de cagar? Como é óbvio o olho do cú deste animal não vê a luz do dia desde o tempo em que a Beatriz Costa era viva. Portanto, a passagem do cagalhão para a latrina não é imediata. O troço tem que percorrer as entranhas dos entrefolhos de gordura, em viagens que chegam a demorar mais de duas horas. E mais, nunca se sabe por onde vai sair. Há dias em que pode sair do sovaco, e outros em que o tarolo pode saltar por detrás de uma das orelhas deste mastodonte, ou mesmo de uma das rugas da testa! Portanto, o acto de cagar exige um exercício de sincronização e um timing que poucos conseguem atingir. O mesmo se passa com os peidos desta besta. Ela benificia de um "delay peidal" de cerca de 10 minutos, a que poucos têm acesso e que bem jeito nos dava em algumas situações. Algumas destas farpas emanam em breves vibratos das pálpebras sapudas deste verdadeiro Jabba the Hut. Outras deslizam pelos refegos das pernas até sairem estrondosamente por entre os dedos dos pés. Como se pode imaginar o cheiro é nauseabundo. Qual gás lacrimogénio, qual gás mostarda! Só o marido, é que depois de uma operação às vias respiratórias, consegue manter-se mais do que dois minutos exposto a este gás. O suficiente para sair de casa enquanto o gás se dissolve na atmosfera...Enfim! 
Sexo! Claro! Deve ser lindo! O anão de 50Kg a tentar encontrar a greta húmida do mamute! Tarefa difícil. Estou mesmo a vê-lo: saco de farinha numa mão e um secador de cabelo na outra. Enquanto vai dando umas lambidelas nos mamilos azuis da troglodita, e dizendo coisas excitantes do estilo: "Ui que vou-me enterrar nesse cú!", vai lançando farinha para a zona onde desconfia que se encontra a parreca, e com o secador tenta afastar a farinha. Onde esta ficar agarrada com a humidade, é lá! Depois segue-se a expedição às grutas de Miradaire. O homenzinho tem que se espremer por entre refegos de gordura necrosada até chegar à pachacha desta porca. Depois fica por ali durante uns breves minutos e tem que voltar para trás, nem que seja para respirar.
 
Comer é bom...mas foder é melhor! 


terça-feira, 20 de julho de 2004

A Água

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que esta vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da rasca
tira o cheiro a bacalhau da lasca
que bebe o homem que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a agua
que rega as rosas e os manjericos
que lava o bidé, lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.


Manoel Maria Barbosa du Bocage

segunda-feira, 21 de junho de 2004

Sueca

Não, não estou a falar do típico jogo de cartas na tasca com os velhotes, que se joga toda a tarde acompanhado por tigelinhas de vinho da casa, até fazer sangue nos nós dos dedos de tanto bater com eles na mesa de madeira com uma daquelas toalhas de plástico com 4 pionéses (do francês pionaise) a segurar. Não! Eu estou a falar de queca à sueca. Isto porque ontem, enquanto estava na ribeira a festejar a vitória de Portugal rodeado de mula sueca, passou-me pela cabeça como seria uma queca à sueca. Mas não é sueca da Suécia, mas sueca de Portugal, jogo de tasca.
Agora concentrem-se e acompanhem a minha doente cabeça:
Primeiro convém arranjar parceira, de preferência que já saiba os sinais e que tenha boas mãos para fazer maçotes.
Ela começa por baralhar, está por ali e tal - Ai, não sei, não quero, não posso e não sei quê. - E pimba um gajo corta. E ela diz - DÁ!! AI DÁ!!. - E um gajo . E ela - Ai não, não, dá pela esquerda...pela esquEEErda!! Ai tiraste por bAAixo! Dá pela esquerda!!! AAH!! - E um gajo tira por baixo e dá pela esquerda. Tira por baixo e ela pergunta - Qual é o trunfo? - E como é óbvio dizemos - O trunfo hoje é pau filha. E ela - Ai mas eu tenho a manilha seca... - E nós - Não te preocupes que eu dou o jogo outra vez, e agora é pela direita. E zimblas começa logo ali a destrunfa!
Nisto, está ali um gajo a assistir...assitir, porque na sueca "é obrigadassistir", e "sem querer", com a "ómidade", o malho escorrega para o cú e logo ela exclama com firmeza - RENÚÚÚÚÚNCIA!!! E nós - Vá lá querida, tá caladinha que a sueca foi inventada por senhores mudos (coitadinhos, doentes) e não se pode falar. E tau! Siga a destrunfa.
Depois, um gajo está ali entretido, quando de repente sobe-nos o sangue à cabeça e começamos a gritar - AI QUE JÁ LIVREI...AI QUE JÁ LIVREI...AI QUE JÁ LIVREI...AI QUE JAAAAAAAAAAI CA BOM FODA-SE!... Pronto está o caldo entornado. E ela - Ó meu piça de ar, deixaste-me descosolada, não percebi os sinais! Não se faz isto a uma senhora. Ainda não deste 30 bombadas, portanto puxa-me mas é já de trunfo. E um gajo - Ai mas agora não que fico ourado e tal... - Mas ela não perdoa e agarra-se ao valete de pau(s), agora murcho e fungão e, com todo o empenho, saca-nos a manilha seca, dá-nos 4 e faz um pente.

Tenho dito.

quarta-feira, 16 de junho de 2004

Camões

Não te amo mais.
Estarei mentindo se disser que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Não significas nada.
NÃo poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU AMO-TE!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Luís Vaz de Camões

(agora lê de trás para a frente)